Você sabe como a pandemia pode mudar a forma como a geração do milênio pensa sobre finanças pessoais? Continue a leitura e saiba mais sobre o assunto.
A Grande Recessão ofereceu evidências particularmente fortes de que a geração do milênio enfrentou circunstâncias financeiras diferentes das enfrentadas por nossos pais quando jovens-adultos. Com mais de 30 anos até a aposentadoria, porém, nossa geração ainda tinha um longo horizonte de tempo para tentar superar nossos desafios financeiros únicos.
Mas a pandemia COVID-19 está mudando rapidamente esse cálculo. Como resultado, provavelmente, precisaremos abordar nossas finanças pessoais de maneira diferente nos próximos anos e décadas.
Aqui estão quatro aspectos das finanças pessoais que podem mudar mais:
Repensando hábitos de consumo
Muitos de nós usamos cartões de crédito quase exclusivamente para fazer compras diárias. Essa abordagem de gastos pode oferecer vantagens. Mas, a defasagem típica entre a transação e o pagamento também pode tornar o orçamento mais difícil. Além disso, estamos cada vez mais dependentes de pagamentos automatizados. Isso pode ser um desenvolvimento positivo para nosso aluguel mensal, mas nem tanto para assinaturas ou associações que raramente usamos.
A pandemia interrompeu esses padrões familiares, no entanto. Muitos de nossos gastos habituais – e talvez de baixo valor – diminuíram de forma significativa. Também eliminamos a expectativa social de gastar regularmente, mesmo que tenhamos adquirido novas versões de estresse financeiro. No entanto, também há muitas pessoas que estão presas em dívidas que não conseguiram quitar durante o período de quarentena.
Os fundos de emergência se tornam Nº 1
O dinheiro que não flui mais em nosso orçamento a cada semana ou mês tem um novo destino de alta prioridade: economia de emergência, termo usado de acordo com o dicionário de finanças, referente à poupança.
Mesmo os millenniuns, que antes não haviam passado por uma verdadeira emergência financeira, não foram poupados dessa versão pandêmica estendida. E com tantos jovens se questionando se conseguirá arcar com as despesas diárias ainda este ano, um grande saldo de poupança de emergência raramente parece tão atraente.
As compensações que definem esse estágio da vida para nossa geração – empréstimos estudantis e moradia alta, creches e custos universitários – permanecerão. Mas prevejo que agora estamos mais propensos a listar as economias de emergência como uma meta financeira primária. Podemos achar que não é mais fácil reservar dinheiro para esta conta, mas estaremos mais abertos para empurrar para trás outros objetivos, a fim de evitar uma conta bancária vazia.
Pensando de forma diferente sobre o sonho da casa própria
Em um mundo pós-pandêmico, as metas de habitação podem representar o desafio emocional mais significativo para a economia de emergência. Não há falta de jovens adultos agora que estão prontos para mudar, trocar ou renovar.
Mesmo assim, acredito que mesmo os mais inquietos da geração Y não vão querer se desfazer da maior parte ou de todas as suas economias tão cedo. Essa dinâmica pode nos levar a ser mais criativos sobre como comprar uma casa.
Alguns poucos sortudos podem ver potencial em pedir ajuda a seus pais ou parentes. Mais provavelmente, aprenderemos mais sobre as alternativas para um pagamento inicial de 20%, incluindo empréstimos do Caixa Econômica ou inscrição no programa Casa Verde Amarela (antigo Minha Casa Minha Vida), que podem exigir entradas com porcentagem bem mais baixa.
Também vejo o potencial de modelos de compra de ações compartilhadas, em que uma empresa investe ao lado do comprador para reduzir o pagamento da entrada e crescer em popularidade. Nessas circunstâncias, a geração do milênio pode estar aberta a renunciar a algumas vantagens futuras, a fim de minimizar o risco e os custos associados à melhoria de suas condições de vida.
Hora de investir
É comum ouvir de colegas que querem investir parte de suas economias excedentes, mas simplesmente não sabem por onde começar ou temem cometer um erro. Este não é um problema novo, mas agora não podemos esperar mais. Essa nova geração precisa se sentir confiante sobre onde e como investir seu dinheiro.
Mais especificamente, precisam entender o que significa tolerância ao risco, diversificação e alocação de ativos em um contexto de investimento. Precisam saber que atingir esses objetivos pode ser acessível e direto. E precisam ter a certeza de que podem fazer isso a um custo baixo e com apenas um pequeno valor para investir.
Desde sua criação na década de 1990, os fundos de “data-alvo” desenvolveram uma reputação de investimento de baixa manutenção, adequado para investidores jovens e inexperientes. Mas essa estratégia padrão em breve pode não ser suficiente.
A geração do milênio pode precisar investir agressivamente por mais tempo para neutralizar as múltiplas recessões e perda de tempo de investimento. Mesmo que os fundos com data-alvo mudem para dar conta dessa realidade, os jovens investidores ainda devem saber como lidar com os fundos de índice de baixo custo mais essenciais. Todos os millenniuns precisam investir parte de suas economias extras em tempo hábil. E precisam se sentir capacitados para fazer isso por conta própria.
O futuro das finanças pessoais não se trata apenas de táticas
As consequências econômicas e financeiras pessoais da COVID-19 podem nos forçar a ser mais ponderados, criativos e / ou agressivos com nossas decisões financeiras. Em um mundo pós-pandêmico, porém, podemos nos sentir presos ou limitados em vários aspectos de nossa vida financeira.
Mesmo nesses casos, precisamos nos lembrar de focar no que podemos controlar: podemos falar mais abertamente com a família, amigos e colegas sobre nossas questões financeiras; podemos defender políticas corporativas e governamentais que melhor apoiem nossa estabilidade financeira; e podemos usar nosso dinheiro de maneira que reflitam nossos valores e ajudem a criar a vida que queremos viver.
A dica é que os jovens usem seus recursos para entrar em contato com investidores experientes no mercado, leiam bastante, assistam a vídeos e adquiram mais conhecimento sobre educação financeira.
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