Conforme um levantamento divulgado no site NoDetalhe nessa semana, o preço médio da cesta básica teve um aumento nas 17 capitais brasileiras durante o ano de 2020.
A cesta básica é conhecida por ser o conjunto de alimentos que são necessários para as refeições de uma pessoa no Brasil.
Conforme dados do DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos -, no ano de 2020, a maior parte dos produtos que fazem parte da mesma tiveram um aumento de preços em todo o país. Confira abaixo mais informações.
Aumento da cesta básica: entenda mais!
O maior aumento registrado foi na cidade de Salvador, enquanto o menor de todos é na cidade de Curitiba.
Veja abaixo informações completas desse aumento no infográfico da matéria do NoDetalhe em cada estado respectivo:
Essa alta dos preços, segundo o órgão, acabou sendo um dos principais reflexos da desvalorização do real brasileiro, sem falar no alto volume de exportações.
Ademais, alguns fatores climáticos causados pela grande estiagem ou excesso de chuva local, também acabaram gerando maior impacto no valor dos alimentos.
Entre os principais produtos da cesta básica que enfrentaram grandes aumentos nas capitais, ganham destaque:
Carne Bovina
Por uma série de motivos, como o caso da grande exportação, com foco principal para a China, há uma baixa disponibilidade do boi no pasto brasileiro, gerando assim um aumento monetário dos insumos pecuários que são importados para a alimentação do mesmo.
Leite UHT e manteiga
Na maioria dos meses do ano, foram contestados baixos estoques nacionais de leite no campo, assim como os custos mais caros para a produção, o que teve sua principal causa diante dos insumos como a soja e o milho, sem falar nos demais problemas climáticos que acabam tendo impacto direto nessa questão.
Arroz agulhinha
Conhecido como um dos que mais sofreu com a inflação dos alimentos no ano de 2020, ele teve uma grande desvalorização do real quando comparado ao dólar, o que acabou aumentando o valor do custo de produção, aumentando assim a quantidade do volume de exportação desse grão.
Ademais, também aconteceu a diminuição da área em que eram plantados, somando a isto o abandono da política de estoques reguladores por parte do governo.
Óleo de soja
O Brasil acabou exportando uma grande quantidade de volume de soja e de seus derivados, principalmente pelo real desvalorizado quando comparado ao dólar, o que aumentou mais ainda o valor desse item internamente.
Batata
A produção desse tubérculo teve impacto ao longo do ano pelas condições climáticas brasileiras, o que ocasionou uma diminuição na oferta do produto, gerando assim um grande aumento nos preços.
Açúcar
Também sofreu com a consequência do grande volume de exportações pela desvalorização do real frente à moeda norte-americana.
Tomate
Tanto pela redução da área de plantio, ainda teve influência do impacto climático, o que acabou prejudicando a produção dessa fruta.
Farinha de trigo e pão francês
Por fim, como o Brasil não possui uma produção de trigo suficiente para a demanda interna necessária, acaba sendo dependente da importação do mesmo, onde seu preço foi elevado diante dessa desvalorização da moeda.
Comprometimento do salário mínimo: o maior em 12 anos
Conforme dados divulgados pelo DIEESE, o preço médio mais alto da cesta básica de 2020 foi na cidade de São Paulo, onde somente no mês de dezembro, conseguiu atingir o valor de R$631,46.
Esse valor compromete 53,45% do salário mínimo vigente, do qual era na época de R$1045, sendo assim, o maior percentual do qual foi visto desde 2008, onde o valor foi de 57,68%.
Entre os anos de 2009 e 2019, o comprometimento do salário mínimo com a cesta básica apenas perdeu para 50% no ano de 2016, quando foi de 51,87%.
O tempo médio necessário para que um trabalhador possa adquirir os produtos da cesta básica, levando em conta que receba o salário mínimo e trabalhe pelo tempo de 220 horas ao mês, seria de 115 horas e 8 minutos, considerado maior do que em novembro, quando ficou no tempo médio de 114 horas e 38 minutos.
Levando em conta o valor da cesta básica na cidade de São Paulo, conforme dados do DIEESE, foi estipulado que o valor do salário mínimo necessário no Brasil seria de R$5.304,90, o que é 5x maior do que o atual.
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