Apesar de ser comum para grandes cidades, o processo de gentrificação é prejudicial para a população. Saiba agora o porquê
Você já ouviu falar em gentrificação? Apesar de ser um termo muito comum no mercado imobiliário, nem todas as pessoas conhecem o termo e, quando conhecem, nem sempre sabem o seu significado.
E isso é perfeitamente comum: apesar de ser um processo frequente nas grandes cidades como Sorocaba-SP, sua existência não vem sempre acompanhada de uma explicação sobre o que é a gentrificação, como ela afeta a sociedade e a arquitetura de um local.
Por isso, vamos te explicar tudo o que você precisa saber sobre a gentrificação. Leia agora!
O que é gentrificação?
A gentrificação é um termo que tem origem do francês genterise — que significa “de origem nobre, gentil”.
A expressão é usada há algum tempo para descrever um fenômeno que é muito comum nas cidades: a valorização de regiões periféricas através da construção de novos edifícios, abertura de novos comércios e elaboração de espaços de lazer, levando à expulsão da população de baixa renda do local para que pessoas com rendas mais elevadas possam ocupá-los.
Basicamente, a gentrificação faz com que moradores sejam expulsos das áreas onde vivem para que pessoas com melhores condições financeiras possam morar por lá.
A socióloga britânica Ruth Glass foi uma das estudiosas que ajudaram a popularizar o termo ao descrever o fenômeno em distritos londrinos, em 1964. Além de Londres, Nova York, São Paulo e Rio de Janeiro são algumas das cidades que já sofreram gentrificação.
Gentrificação x Revitalização
Mesmo sendo diferentes, a gentrificação e a revitalização são dois termos que se relacionam. Enquanto a gentrificação é o processo de expulsão de pessoas de baixa renda de uma área para a ocupação de pessoas que tenham renda maior, a revitalização é um processo que tem como objetivo a melhora de locais para, assim, melhorar a qualidade de vida dos moradores.
Porém, muitas vezes, a melhora da estrutura dos locais através da revitalização leva à gentrificação: a modernização dessas áreas atrai novos moradores, aumentando assim a especulação imobiliária — ou seja, o processo de comprar imóveis para revendê-los ou alugá-los quando a região se torna valorizada, aumentando assim o valor de mercado desses imóveis.
Por que a gentrificação é criticada?
Apesar de existirem especialistas que defendem que a gentrificação é um processo natural que acontecerá em todas as grandes cidades, isso não significa que o fenômeno esteja isento de críticas por grande parte dos estudiosos do assunto.
A principal crítica em relação à gentrificação são os impactos na população de baixa renda pela maneira como esse fenômeno acontece: a pressão para realizar a venda de suas moradias devido ao novo público visado naquele local faz com que essas casas sejam vendidas por valores abaixo do mercado e com que essa população se afaste ainda mais dos grandes centros urbanos.
Ao se afastarem dos centros urbanos, essas pessoas ficam cada vez mais distantes dos endereços de seus trabalhos, o que pode levar ao desemprego: a dificuldade de acesso aos grandes centros é um fator eliminatório para grande parte das empresas.
Além desse problema específico, existem outros que chamam atenção quando se fala em gentrificação:
- os congestionamentos causados pela falta de mobilidade urbana, já que muitas vezes esses locais não são preparados para receber a nova quantidade de pessoas que viverão por lá;
- o fechamento do comércio local, causando ainda mais desemprego e desequilíbrio econômico;
- e o custo de vida cada vez mais alto.
O impacto no meio ambiente também é sentido: muitas vezes, a gentrificação envolve também o desmatamento de áreas verdes para a construção de novos empreendimentos, e esse desmatamento não é compensado com projetos que tenham foco no desenvolvimento ambiental dos locais.
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