O aumento da taxa Selic está associado ao incremento no custo das taxas de financiamento
Provavelmente você já ouviu falar na Taxa Selic, também conhecida como taxa básica de juros da economia. Sua oscilação impacta na taxa de financiamento: a Selic é utilizada pelo Banco Central do Brasil para controlar o volume de recursos em circulação no território nacional, regulando a inflação.
A Selic é tão importante para o mercado que vale a pena entender o seu conceito e acompanhar as suas atualizações, já que afeta a vida de todas as pessoas.
Aumento da Selic em agosto
O Banco Central, por meio do seu Comitê de Política Monetária (Copom), avalia o mercado, a economia e os contextos econômicos a fim de estabelecer o percentual da Selic.
Na 240ª reunião do comitê, em agosto, foi decidido por unanimidade aumentar a taxa Selic para 5,25% a.a.
O aumento veio acompanhado de considerações que vão desde a evolução da variante Delta da Covid-19 até as expectativas da inflação para os próximos anos.
Avanço da variante Delta da Covid-19
A pandemia de Covid-19 segue sendo uma preocupação, especialmente com relação aos riscos econômicos causados. Assim observa o Copom:
“No cenário externo, a evolução da variante Delta da Covid-19 adiciona risco à recuperação da economia global. O Comitê avalia que, a despeito dos movimentos recentes nas curvas de juros, ainda há risco relevante de aumento da inflação nas economias centrais. Ainda assim, o ambiente para países emergentes segue favorável com os estímulos monetários de longa duração, os programas fiscais e a reabertura das principais economias.”
Atividades econômicas
Com relação às atividades econômicas, a expectativa é de evolução positiva, segundo aponta o Comitê. Isso significa que não há necessidade de mudança nas prospecções de melhoria, considerando as expectativas de recuperação do crescimento econômico, que deve ser robusta ao longo do segundo semestre.
Inflação ao consumidor
Quando o assunto é inflação ao consumidor, a questão ainda é considerada um problema persistente, uma vez que os últimos índices divulgados mostram uma composição mais desfavorável.
Somado a isso, o risco de aumento no preço dos alimentos e elevação da bandeira tarifária, consequência de condições climáticas adversas, precisam ser levados em consideração.
O Copom aponta ainda as expectativas para os próximos anos. A Pesquisa Focus apura que a inflação para 2021, 2022 e 2023 encontra-se em torno de 6,8%, 3,8% e 3,25%, respectivamente. As projeções de inflação do Copom giram em torno de 6,5% para 2021, 3,5% para 2022 e 3,2% para 2023.
Desta forma, em um cenário básico para a inflação, o Comitê destaca a existência de fatores de risco que precisam ser considerados.
Políticas fiscais
Outra questão mencionada diz respeito às políticas fiscais adotadas em resposta à pandemia. Segundo o órgão, o prolongamento dessas políticas que “pressionem a demanda agregada e piorem a trajetória fiscal podem elevar os prêmios de risco do país”.
Reformas e ajustes econômicos
Por fim, a necessidade de reformas e ajustes econômicos segue sendo um ponto de atenção. Segundo o órgão, o governo deve dar continuidade às reformas e aos ajustes para que a economia brasileira consiga se recuperar de forma eficaz e sustentável.
Neste contexto, a continuidade dos ajustes e reformas das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia nacional.
Confira um trecho das observações do órgão com relação ao aumento de um ponto percentual da Selic:
O consumidor que está pensando em realizar um financiamento imobiliário deve ficar atento às oscilações da Selic. O momento ainda é considerado interessante para quem está pensando em financiar.