A história da música brasileira é um exemplo de diversidade cultural e fusão de estilos musicais.Um dos exemplos mais famosos é a bossa nova, que surgiu nos anos 50, fruto de uma fusão do samba com jazz americano.
A bossa nova foi criada por jovens músicos da classe média carioca, inspirados pelo bebop e pelo cool jazz. João Gilberto, considerado o pai da bossa nova, introduziu o uso do violão como instrumento principal e uma técnica vocal suave e intimista.
Além desses exemplos, muitos outros estilos musicais no Brasil são o resultado da fusão de influências culturais. Essa mistura de estilos musicais é um reflexo da diversidade cultural do Brasil e da capacidade dos brasileiros de criar algo novo e original a partir de diversas influências. O site Concerty.com explica um pouco mais sobre a história de cada genêro de música.
No cenário musical brasileiro, o funk, rap, e o trap são considerados os estilos musicais mais populares e influentes da atualidade. O funk brasileiro, originalmente chamado de “funk carioca” nasceu por influências do soul, que foram trazidos ao Brasil por meio de discos importados dos Estados Unidos. Esses gêneros foram reinterpretados e mesclados com elementos da cultura local, como o samba e a percussão característica do Rio de Janeiro. Já o rap por sua vez, chegou em primeiro em São Paulo e foi fortemente influenciado pelo rap americano dos anos 80, que décadas mais tarde, trouxe também o trap ao Brasil.
Uma prova clara de que a música no Brasil é uma metamorfose ambulante é a união do funk e do trap, originando o trap funk, que é um dos estilos de música mais populares em todo o Brasil nos dias atuais. MC Hariel, Filipe Ret são alguns dos percursores dessa inesperada e inovadora junção musical.
Outra visionária da música brasileira é Anitta. Anitta começou no funk, mas junto com o boom de sua carreira musical, a cantora e dançarina rapidamente entendeu a importância de sempre estar em movimento na música, e que unir genêros musicais poderia ser uma boa idéia, e foi. Essa busca pela inovação musical fez com que Anitta buscasse colaborar com outros artistas para criar um som único e autêntico.
Durante sua carreira, Anitta já colaborou com diversos artistas nacionais e internacionais de diferentes gêneros musicais, como reggaeton, pop e hip hop, incluindo J Balvin, Snoop Dogg e muitos outros. Essas colaborações ajudaram a fazer com que ela trouxesse essas influências para o cenário musical brasileiro.
Essa mesclagem e influência de um genêro para outro acontece de formas inimagináveis. Um exemplo disso, é a equação Anitta + Diplo, que o resultado, é a expansão do funk brasileiro para o espaço internacional. Diplo, renomado produtor e DJ americano, ficou fascinado pelo funk brasileiro depois de conhecer o gênero através de Anitta. Diplo também é rankeado como um dos top touring artists na Concerty e possui uma das setlists mais ecléticas entre os DJs.
Em 2013, Diplo visitou o Brasil para trabalhar em um projeto musical e foi apresentado ao funk carioca. Foi durante essa visita que ele teve a oportunidade de colaborar com Anitta, que já era uma figura proeminente no cenário musical brasileiro na época. Juntos, eles produziram a música “Vai Malandra”, lançada em 2017, que misturava elementos do funk carioca com influências internacionais.
A colaboração de Diplo e Anitta em “Vai Malandra” foi um marco importante na música brasileira, pois ajudou a popularizar o funk carioca e a levá-lo para uma audiência internacional. A música teve um grande sucesso no Brasil e em outros países, alcançando milhões de visualizações no YouTube e se tornando um hino para a cultura do corpo livre e livre expressão.
A partir dessa experiência, Diplo também se envolveu em outros projetos musicais no Brasil, como a colaboração com o trio de DJs brasileiros Tropkillaz na música “Take Ü There”, que misturava o som do funk carioca com o trap e o EDM.
Além disso, Diplo fundou o selo discográfico Mad Decent, que tem um forte foco em música eletrônica e hip hop, mas também tem apoiado artistas do funk carioca, ajudando a trazer a música brasileira ao patamar internacional. ‘É o punk do gueto, uma coisa caótica e linda.’ Disse Diplo sobre o funk carioca em uma entrevista ao G1.
Um outro fator que ajuda muito neste processo de aceleração da união de genêros musicais até hoje, são os festivais de música, que trazem públicos distintos para um lugar só. Sem dúvidas, uma fonte de inspiração inesgotável para qualquer artista com olhar cliníco.
Isso só mostra o quão incrível é essa movimentação dos gêneros musicais. O funk carioca, criado com influências do soul americano e muitas vezes considerado um gênero underground, décadas depois, adentrou ao cenário internacional mesclado com o pop e retornou ao Brasil como um gênero do alto patamar do mainstream.
Um dos estilos musicais mais tocados no Brasil, o sertanejo, passou também por um processo muito parecido. O estilo musical tem raízes profundas na cultura rural do país, mas passou por diversas transformações e fusões com outros gêneros para chegar à forma que conhecemos hoje.
Nos anos 2000, surgiram novos subgêneros do sertanejo, como o sertanejo romântico, que tem um apelo mais emocional, e o sertanejo eletrônico, que incorpora batidas eletrônicas e samples em suas produções musicais.
A dupla responsável pelo início do sucesso do sertanejo romântico foi Chitãozinho e Xororó. Em 1982, eles lançaram a icônica canção “Fio de Cabelo”. Naquela época, muitas duplas se formaram seguindo essa linha de músicas que abordavam desilusões amorosas e o amor pelas mulheres. Um exemplo é Zezé di Camargo e Luciano, que se tornaram conhecidos na década de 1990.
No início dos anos 2000, a música sertaneja passou por mais uma nova transformação, deixando o estilo romântico de lado, para adentrar no que hoje é conhecido como sertanejo universitário. Essa transição foi impulsionada por duplas como César Menotti & Fabiano, João Bosco & Vinícius e Guilherme & Santiago.
Luan Santana, assim como Anitta, foi um grande visionário da música brasileira. O cantor entendeu que os tempos estavam mudando e era hora de trazer um ritmo mais animado para o sertanejo, muito diferente das canções românticas que lamentavam um amor perdido. Luan Santana ganhou tanta popularidade que ainda é considerado como um dos maiores nomes do sertanejo universitário, possuindo uma das agendas mais cheias do ramo, com uma setlist composta por mais de 20 músicas com extrema popularidade como informado pela IA da Concerty em sua artist page.
Seguindo nessa onda, Michel Teló surgiu com a internacionalmente conhecida “Ai, Se Eu Te Pego”, que mesclava forró, pop e sertanejo.
Diante de toda essa transformação, surge a pergunta: o que vem pela frente? Com a constante evolução da tecnologia e a democratização do acesso à música, novas possibilidades surgem para os artistas e para a indústria musical como um todo. Quais serão os próximos gêneros, os novos artistas que irão despontar e as tendências musicais que irão surgir? O futuro da música brasileira certamente está reservado aos futuros visionários que ousarão unir ritmos.